quarta-feira, 28 de março de 2012

Desatando-se



Os versos ficaram distantes
tontos e tolos.
Ficaram perdidos em nosso sonhos
que também foram perdidos.

O tato esqueceu o toque,
o toque que tanto ansiavamos.
Tudo fico esquecido, no mais fundo
e obscuro da memória.

O sorriso não iluminou mais,
deixou de ser um farol iluminando a nevoa.
As coisas são como são, erroneas
feias e estupidas.

O desejo morreu,
o desejo de ser feliz, feliz contigo.
A felicidade morreu, morreu contigo
quando ti partiu.

A porta de saída foi esquecida,
você esqueceu como me deixar livre.
Prendeu-me ao chão e eu não pude mais voar
não sozinho.

O poema acabou,
novamente triste, engasgado.
Quantas linhas serão manuscritas
até boas palavras serem ditas?


Eu só quero  voar, para longe daqui.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Lembra-se?



Lembra-se dos sonhos?
Daqueles que rabiscamos,
daqueles que sonhamos?
Daqueles bobos, estúpidos.

Lembra-se das tardes?
Das promessas cumpridas,
e das cosias que deveriam ser prometidas?
Havia tanto para dizer, mas nada foi dito.

Lembra-se dos suspiros?
Do amor incontido,
dos ciúmes bobos?
Apenas havia sentimento, o mais puro dele.

Lembra-se da raiva?
Da dor da perda,
dos rodopios da vida?
E em segundos tudo decaiu.

Lembra-se do medo?
Do medo do erro,
do medo de desfazer o feito?
E seu acerto foi meu erro, triste erro.

Lembra-se do adeus?
Das lágrimas presas,
dos olhos vermelhos do choro?
Um ultimo adeus, para sempre.

Lembra-se de algo?
Qualquer coisa que seja,
lembra-se das ultimas palavras?
Eu me lembro.


Eu me lembro de tudo...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Imutável


Imutável.
É isso que ela deve ser, perfeita em seu jeito
com suas qualidades e defeitos.
Apenas imutável.

Imutável.
É isso que ela deve ser, com um sorriso fofo
e um jeito bobo de encantar.
Apenas imutável.

Imutável.
É isso que ela deve ser, ser sempre o que é
com seus medos e anseios.
Apenas imutável.

Imutável.
É isso que ela deve ser, ser assim, perfeita assim
mesmo com tantos receios
Apenas imutável.

Imutável.
É isso que ela deve ser, é isso que eu peço para que seja
sempre assim, independente dos “fins”.
Apenas imutável.

Imutável...
O que dizer daquilo que é imutável?
Apenas, não mude, nunca...
Apenas seja, imutável.

Para sempre... Imutável.

Dedicado à Helora Oliveira (Kisa).

quinta-feira, 8 de março de 2012

Everything

 
Eu parei o ponteiro.
Naquele momento,
esperando que o sorriso não murchasse,
que o tempo parasse.

Eu parei o ponteiro.
Naquela visão,
esperando que nada mudasse,
que tudo ficasse igual

Eu parei o ponteiro.
Naquele suspiro,
esperando que não houvessem gritos,
apenas sorrisos e mais sorrisos.

Eu parei o ponteiro.
Naquele dia,
esperando não haver despedida,
que não houvesse partida.

Eu parei o ponteiro.
Naquela promessa,
na promessa de estarmos juntos,
sempre e sempre.

Eu parei o ponteiro.
O ponteiro parou.
Porque sem você não há tempo,
porque você é tudo que eu preciso.

Tudo...

segunda-feira, 5 de março de 2012

Apenas...

As coisas são como são
erradas, certas.
Indiferentes, relevantes
irrelevantes.
São apenas coisas, que são como são.

São apenas coisas.
Palavras são apenas palavras,
que por vezes não deveriam ser ditas.
São apenas palavras, que são como são.

São apenas coisas.
Promessas são apenas promessas,
que por vezes não deveria ser prometidas.
São apenas promessas, que são como são.

São apenas coisas.
Sonhos são apenas sonhos,
que por vezes não deveriam ser sonhados.
São apenas sonhos, que são como são.

A vida é como é.
Como deveria ser,
torta, errada, injusta.
É apenas a vida, e ela é como deve ser.

É apenas mais um verso de despedida.
Apenas mais um...