Agarrei-me ao banco acolchoado,
ajeitei-me, respirei e dedilhei.
Uma nota única, um som único,
as notas desencadearam a surpresa,
sentimentos outrora esquecidos nasceram ali
Mais um dó, mais uma lágrima, mais uma nota perdida.
ajeitei-me, respirei e dedilhei.
Uma nota única, um som único,
as notas desencadearam a surpresa,
sentimentos outrora esquecidos nasceram ali
Mais um dó, mais uma lágrima, mais uma nota perdida.
A platéia enxugou as lágrimas em seus panos brancos
choravam, bobamente, estupidamente.
Choravam na esperança da entender o porquê,
de esbarrar na verdade, uma verdade que só eu,
e ninguém além do eu, poderia entender.
Pobres homens e mulheres, chorando por nada,
teclei o Ré, suspiros, afagos, todos perdidos em meio à multidão.
choravam, bobamente, estupidamente.
Choravam na esperança da entender o porquê,
de esbarrar na verdade, uma verdade que só eu,
e ninguém além do eu, poderia entender.
Pobres homens e mulheres, chorando por nada,
teclei o Ré, suspiros, afagos, todos perdidos em meio à multidão.
A mesma música soou, noite após noite,
dia após dia, a platéia se repetia, rostos diferentes,
sorris diferentes, jeitos e gostos diferentes, mas no fim.
No fim o fim era sempre fim, e esse não mudava,
noite a noite eu me levantava, curvava e fechava as cortinas,
mais um show terminado,
Mais um Mi tocado, mais um fim cantado.
dia após dia, a platéia se repetia, rostos diferentes,
sorris diferentes, jeitos e gostos diferentes, mas no fim.
No fim o fim era sempre fim, e esse não mudava,
noite a noite eu me levantava, curvava e fechava as cortinas,
mais um show terminado,
Mais um Mi tocado, mais um fim cantado.
Oh Deus, quantas notas, quantos apertos,
quantos desejos, sonhos,
todos eles nascidos ao primeiro toque do piano,
e mortos no fim da apresentação.
Noite adentro de noite, dia adentro de dia,
Um fá e o público dispersava, desagrado,
apenas mais um show acabado.
quantos desejos, sonhos,
todos eles nascidos ao primeiro toque do piano,
e mortos no fim da apresentação.
Noite adentro de noite, dia adentro de dia,
Um fá e o público dispersava, desagrado,
apenas mais um show acabado.
E naquela mesma apresentação de sempre,
com o público carente de música, carente de mim,
olhei pela fresta da cortina e a vi lá, sentada,
olhando para frente, entrei, me curvei e toquei.
O silêncio reinou, e quando abri os olhos buscando o seus,
não havia nada, nem ninguém, estava só.
Só como o ultimo sol tocado.
com o público carente de música, carente de mim,
olhei pela fresta da cortina e a vi lá, sentada,
olhando para frente, entrei, me curvei e toquei.
O silêncio reinou, e quando abri os olhos buscando o seus,
não havia nada, nem ninguém, estava só.
Só como o ultimo sol tocado.
Não havia mais show, nem vozes,
não havia nada além de mim e o velho piano,
riscado, quebrado, deteriorado,
me sentei no velho banco acolchoado e toque mais uma vez
a ultimas dela, e continuei a tocar sem parar,
um morto vivo sem vontade, sem sonhos, sem nada.
E o ultimo Lá nunca chegou, porque a maldita peça nunca se encerrou.
não havia nada além de mim e o velho piano,
riscado, quebrado, deteriorado,
me sentei no velho banco acolchoado e toque mais uma vez
a ultimas dela, e continuei a tocar sem parar,
um morto vivo sem vontade, sem sonhos, sem nada.
E o ultimo Lá nunca chegou, porque a maldita peça nunca se encerrou.
E nunca se encerraria... Nunca...