domingo, 6 de maio de 2012

Quarto Escuro

Eu escolhi,
viver aqui, nesse quarto
quarto que nunca tivera em meus sonhos
bobos sonhos, sonhos destinados ao nada.

Os olhos fecharam-se, solenes,
em silêncio profundo para com o resto,
sem dor, nem ardor, sem nada, apenas fechados.
Não chorei, tão pouco tentei reviver o passado,
apenas fechei os olhos e dormi, dormi para sempre.
O quarto se tornou meu túmulo,
as paredes negras minhas companheiras,
o som da água gotejante da chuva que caia no externo era o único companheiro,
um companheiro que de conforto nada trazia,
uma prisão, uma prisão negra e sem nada.
Apenas uma prisão... A prisão da minha mente.

E foi assim que fui perdendo,
perdendo o pouco que tinha,
perdendo a voz, o paladar, o olfato e a visão,
perdendo o toque, sem sentir frio,nem calor,
perdendo os sonhos..
Perdendo tudo.

E depois de dias, meses, anos
vivendo assim, na sombra de um falso alguém,
alguém que se intitulava como eu, tudo pesou
não tinha mais forças para nada, nem para pedir ajuda,
nem mesmo para gritar que amava, quem eu amava.
Nada, nada, nada, nada além do nada me ocupava,
e o peso em minhas costas continuou amargo, pesado.
E mais um dia, se foi...
Mais nada, mais do mesmo, e no novo amanhecer,
eu havia morrido.
Morto pela minha tolice, morto por mim mesmo.

Morto para sempre...

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