quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Marry Me


Você se lembra dos momentos?
Quando paramos e olhamos um ao outro,
sem dizer nada, apenas nos olhamos?
Lembra-se?

A música que tocava, a pele ressoava,
o corpo endurecia enquanto tudo passava,
enquanto a gente vivia,
aquele momento.
Lembra-se daquele som?

Ainda lembro-me da respiração,
descompassada, dos nossos corações,
bombeando aquela sensação,
a sensação daquele momento,
em que o tempo parava.
Lembra-se daquele sentimento?

E aqui, segurando a foto daquele parque,
onde um dia sorrimos felizes, só consigo esquecer os problemas,
não sinto mais nenhum dilema,
sinto apenas aquela paz, a paz que só você me trazia.
Ainda sinto seu cheiro na fronha, no travesseiro...
Ainda anseio por você.
Lembra-se das conversas do fim de noite?

Cada conversa,
cada fala moldada,
cada discussão gerada,
tudo nos trouxe até aqui,
até esse momento,
cada sorriso, respiro, tudo.
Nos trouxe até aqui...

    Please... Marry Me... Marry Me...



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eterna Valsa



Um para cá,
dois para lá,
todo dia,
que o Mundo gira,
as pessoas andam no ritmo de sempre.


Dois para lá,
um para cá,
não há esperança do amanhar mudar,
só uma eterna dança,
dança de seres que fecham os olhos,
e apenas, 
dançam aquela valsa.


Mas que valsa é essa?
Que encanta a maioria,
fascina bilhões e cria e cria na minoria repulsa?

É a Valsa da vida! A valsa de todo dia.
Da rotina, do cansaço, do sentimento estagnado,
é o mesmo ritmo,
um para cá, dois para lá.


Mas eu quero dançar,
diferente do resto,
cantar uma música de ritmo mais lento,
e sair do mesmo ritmo,
quero correr na pista de dança,
arrastar meus joelhos no chão, 
e sorrir em meio da multidão.


Quero rimar de forma pobre,
E me achar bom.
Quero dizer “foda-se” para a sociedade,
e rir das suas faces raivosas,
face essa que sempre surge quando a valsa é criticada.
Sempre surge quando a dança é parada.


Quero libertar-me das amarras,
abraçar e beijar!
Quero me entregar, sem medo de errar.
Quero escapar dessa dança.

Quero sair dessa valsa, 
se uma valsa tiver de ser dançada,
deixarei para dançar a de meu casamento,
mas não a valsa do dia a dia.

Não aquela valsa que agonia.

Não aquela Eterna Valsa.

Não ela...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Vida Sonhadora



Procuro aquela palavra,
que não pode ser dita,
nem escrita,
À palavra certa, para o momento perfeito.


Quero aquele trecho,
do velho poema,
escrito pelo Mestre,
lido pelo erudito.


Não quero tanto, 
nem de tão pouco o nada,
quero algo,
que não sei dizer,
quero gritar,
para todos os lados,
o sentimento guardado no peito dolorido.


Quero o pequeno toque,
da mulher amada,
ou abraço e risos de um bom amigo.
Quero ser ouvido,
oh Deus, como quero ser ouvido.
Queria ter o dom das palavras, para gritar ao Mundo,
aquilo que deveria lhe ser oriundo.


Quero escrever ao Mundo,
tudo aquilo que deveria ser lembrado,
quero mostrar o quão impuro o papel se tornou.
Quero tantas coisas, tantos “queros”.
Quero tudo! E quero nada,
quero aquele velho verso,
deixado de lado,
o verso da criança, que acredita que ao abrir os olhos,
e pensar com força! Tudo se tornará realidade.
Quero mudar o futuro, com apenas um pensamento.

Quero que todos parem, de pensar na vida como um eterno tormento.


Quero ser feliz, quero sorrir, quero tudo que pensei...

Quero viver a vida que um dia sonhei.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Vida de Todos



Vida fatídica,
amontoada em seus carros,
no trânsito parado,
da cidade velha,
uma cidade tão velha,
que a perspectiva de vida,
era ficar lá, parado, estagnado.


A vida não é nada bela,
os carros correm pela viela,
a vida acelera,
o tempo passa,
a idade aumenta,
o ser só lamenta,
aquilo que deixou de fazer.


Queria eu saber de tudo,
para construir um Mundo,
a onde existisse apenas o bom,
a onde todos fossem felizes,
mas até esse Mundo.
Seria macambúzio, diante de mim,
Já que a vida se resume a isso,
se lamentar pelo que deixou de viver.


Ainda me lamento,
pelo tempo,
tempo que perdi,
parado aqui,
vendo essa coisa toda rodar,
sem parar, 
vendo o tempo passar.

A frase estúpida,
o verso bobo,
o texto repetido,
tudo sempre no mesmo encargo,
o pobre dessa vida, 
vida vivida,
vida que vivo.


E mesmo o deslizar da pena,
não transmiti todo o temor,
todo o rancor,
todo o sofrimento,
que é viver.


E não importa a extensão,
do texto ou a locução do leitor,
a vida é sempre assim,
um rodopio de incertezas e insatisfações,
uma vida sempre incompleta,
uma vida... Que nunca foi realmente vivida.

Lamento essa vida, vida que todos nós vivemos.




quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lamento

http://3.bp.blogspot.com/_zxLzylkFYhA/Swn1nnwxlcI/AAAAAAAAA8E/7OyZ-S5uGZg/s320/Homem.jpg 

Lamento,
lamento o tempo,
tempo daquele momento,
momento perdido.

Lamento a vida,
vida sofrida,
sofrida pelo mal de sofrer,
sofrer o mal de viver.

Lamento o dia,
dia aquele,
aquele dia,
dia que nunca teve fim.

Lamento o cansaço,
cansaço de seguir,
seguir lamento,
eterno sofrer.

Lamento tudo,
o ser já moribundo,
moribundo de morrer,
morrer de viver.
 

domingo, 1 de julho de 2012

País das Maravilhas


E eu tinha um pequeno vestido,
azul e branco, como céu.
Um dia andava sorridente,
em meus sonhos negros,
e em um Mundo colorido caí.
Em uma versão distorcida,
da menina vivida,
que só queria sorrir.

Então eu vi a madame, ela era gorda
feia, e rabugenta, tentou me comer!
Mas eu corri! Meu vestido balançava,
tudo realçava em meus olhos.
A menina estava em um Mundo colorido,
manchado com sangue, sangue de suas memórias.

O gato era horripilante, um sorriso largo
surreal.
Tudo era tão mágico, tão hipnotizante.
Um local intocável.
Florestas, damas e sons, tudo imutável.

E também tinha uma Rainha,
perversa, essa era a pior.
Queria fazer de gato e sapato a pobre menina,
coitadinha,
tão indefesa, tão pequenina,
tão perdida em seus próprios sonhos.

Mas ali era o Mundo,
apenas seu.
Ali era seu local.
Ali era seu País das Maravilhas.

Será que ela é tão indefesa assim?

domingo, 17 de junho de 2012

Você e Eu - Eu e Você


O Mundo gira,
gira o Mundo.
Nesse ardor profundo,
eu grito em agonizar.

Você ai tão distante,
eu aqui vivendo essa dor gritante,
que é não poder te beijar.
Dor doce, ardor quente.

O Tempo passa,
como um entidade.
Eu torço pro logo chegar,
pra chegar logo.

E hoje chove,
nessas nuvens tempestuosas,
não tem lamento,
o som está lá ao fundo,
esperando seu momento.
Para surgir forte,
queimar a pele,
trazer calor.

E eu aqui, tão distante,
com você nessa agonizante solidão,
pedindo um carinho.
Amor meu, meu amor.

O verso se encerra mais rápido,
bem menor que o costumeiro,
isso porque hoje não tem tempo,
nem mais nada,
em meio a essa manada de estranheza,
só existe eu e você.
E você e eu.

Só nós dois... Só nosso amor...


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Aquarela


Rabisquei o papel branco,
tão vazio, um rabisco,
um sorriso, um grito.
Os traços foram se firmando,
as cores se formando,
o céu não era anil,
o chão não era amarronzado,
o rosa não estava na cor dos lábios.
Era apenas o branco do papel,
e o preto dos traços.

O preto e branco eram Reis.
Não havia porque chorar,
não havia porque respirar,
não havia porque sonhar,
não havia porque pensar.
Só havia o preto e branco,
do papel e rabiscos.
Tudo tão seco, triste, sem vida,
sem cor.

Ah... Como era triste esse Mundo.
Os cães latiam, mas não eram ouvidos,
os peixes nadavam tolamente contra a correnteza,
tudo ia ao contra,
e eu caminhava, de olhos fechados,
Não importava para onde olhar
todos os caminhos levavam ao mesmo lugar.

Mas então o quadro foi manchado,
o rabisco pintado,
uma pequena gota de amarelo no sol,
um azul no céu,
o verde da mata, e o espelhado no mar,
os peixes nadaram a favor,
as aves voaram a seu bom por.
os cães latiram fortes em alegria.

Havia cor.
Havia vida.

Você foi colorindo,
foi devagar, dia por dia,
hora por hora,
foi pintando esse quadro tosco,
bobo.

Foi fazendo um desenho infantil,
círculos e rabiscos,
todos regados a uma música alegre no vinil.

Lentamente tudo foi clareando,
seu sorriso iluminando.
Mas que verso bobo,
sem fundamento,
tristeza ou lamento.
Como posso ser um bom poeta?
Se só consigo ver lírios e cor,
mesmo assim eu tento,
tento porque quero.
Porque quero escrever esse textinho pra você,
pra você saber,
que meu Mundo agora tem cor,
e essa cor foi dada por seu amor.

E nessa aquarela luminosa,
vou encerrando essa coisa toda,
não vai ter mais um verso,
porque sinceramente não sei o que dizer.

....  .... .... ....

Ah! Sei sim...
Sou tão bobo que quase esqueci,
o mais importante de tudo isso,
o que não posso deixar passar,
e que em meu Mundo todo colorido,
eu só sei te amar.

Amar você... Sempre você.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quebra Cabeça


Quebrei as peças,
pecinhas pequenas,
um dia montadas,
agora quebradas.
Tudo tão destruído. 

Meu coração em caco,
cada pedaço separado,
um tão longe do outro,
como sou tolo, bobo.

Eu estava pronto pra entregar,
tão cansado de lutar,
desgastado.
Meu coração em frangalhos só queria parar.

Hoje você veio,
está aqui comigo,
lembrando do passado,
o fazendo ser nada,
repenso em tudo.
a esperança?

Você pegou cada pedaço,
do meu coração despedaçado.
Juntou todos os cacos,
agrupando com suas mãos.
Você foi tão doce,
me tocou tão fundo,
fechei os olhos e deixei,
deixei você me levar a outro Mundo.

Um Mundo onde sonhar valia apena,
e todos meus sonhos me levavam até você,
você me consertou todinho,
me fez ficar novinho.

E nesse poema cheio de versos bobos,
com esperanças, arfares e amores.
Eu tento te dizer.
Ah! Como amo você.
Amo você todinha,
cada rabisco, cada de linha.

Você montou o quebra cabeça,
que um dia foi espalhado,
me deu ar, me deu água,
me deu amor, me deu carinho.
Me deu o que eu precisava.

Eu quero tanto te dizer,
unindo forças, todas.

A como é difícil entregar,
mas pra você,
o medo se vai.

Você,
o mais importante,
como revelar o que todos sabem?
ê... Ah... Dane-se... Eu amo você.

Eu amo você, eu amo você, eu amo você, eu amo você...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Cansaço

“Tô” cansado,
cansado de lutar sozinho.
Pisar em cacos de vidros
e rodear minha alma com espinhos.
“Tô” cansado de tudo, só cansado.

“Tô” cansado,
cansado de desejar,
e nunca ter.
Cansado de sofrer,
por quem não merece.
“Tô” cansado de viver sozinho.

“Tô” cansado,
cansado, cansado de gente idiota sorrir,
to cansado da desonestidade vencer a verdade,
deu gritar aos ventos o amor,
e só ouvir o eco da minha própria voz.
Tô cansado, cansado disso, cansado aquilo,
cansado de ser estúpido.

Tô cansado,
cansado de ser sempre o anjo,
de receber obrigados, mas nenhum toque de carinho,
nenhum sorriso que não seja dividido, nada que seja só pra mim.
Ah... Eu quero ser a droga do demônio!
Brincar, jogar, sujar e destruir,
e mesmo assim ser amado.
Tô cansado, cansado desse fardo.

Ah... Mas eu to tão cansado de tudo...
Quero algo só meu, sem divisões.
Tô cansado de ser o Batman,
quero ser o Superman, desde que tenha uma Louis Lane.
Tô cansado de ser o cavaleiro solitário.

Como estou cansado, cansado de amar,
cansado de tentar, cansado de brigar.
E lentamente to desistindo,
desistindo de ser eu, desistindo de tentar.
Desistindo de lutar.
Tô cansado...

E só quero alguém que me de colo para meu descanso...

Tô cansado... Cansado de desejar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Porque lutar?

Luto, luto, luto,
corro pelo campo de batalha,
em minha mão direita a espada,
repleta de palavras, dizeres,
em meu braço esquerdo meu escudo,
um completo fruto do sentimento.
Luto, e luto, sem parar.

E lá vem a batalha,
espadas, lanças e escudos,
gritos, rabiscos e murmúrios,
todos juntos na batalha,
na terna guerra.
Guerra de ter você.

Ah mas eu luto...

A batalha continua árdua, longa, doída,
os cortes se tornaram rombos,
o sangue se tornou escasso,
o beijo sem gosto, ou com gosto,
gosto de sangue, meu sangue.
Mas eu luto, não posso parar de tentar,
de lutar.

Mais um dia, mais um bom dia,
mais uma batalha,
eu luto, novamente, luto por você,
muralhas a frente, e eu sem exército,
sem forças, sem nada.
Apenas a velha espada e o escudo desgastado.

Mais um grito, mais uma batalha,
e gritei não, a voz entalou, provei do meu sangue,
e provei do sangue dos inimigos,
gritei, em mente, chorei em cada corte,
em cada ferido.

E então a batalha acabou,
o rombo era maior, a espada trincada,
o escudo se penderá para o lado,
assim como meu braço quebrado.
A chuva caiu para acalmar,
acalmar a dor de lutar.

E eu fechei os olhos,
e sibilei para mim mesmo.
Porque continuar?
Porque me levantar?
Porque gritar e atacar?
Por quê?

Porque lutar?
Em uma batalha já perdida.

Por que eu te amo....

Estar Aqui

Estar aqui,
é sofrer,
tentar viver e não conseguir,
fingir sorrir.

Estar aqui,
é ansiar o perfeito,
sofrer com o desfeito,
suspirar pela falta de desejo.

Estar aqui,
é tremer bobamente,
por um coração descrente,
por um mundo negro.

Por meu Mundo.

Estar aqui,
é memorizar as palavras,
lembrar as coisas erradas,
e lutar pelas inexatas.

Estar aqui,
é simplesmente estar,
mesmo não querendo,
mesmo sem vontade de continuar.

Estar aqui,
é um sofrimento eterno,
é caminhar pelo inferno,
se fingindo de anjo.

Estar aqui,
é segurar tudo,
levantar o Mundo,
e viver com as dores.

Estar aqui,
é estar sempre cansado,
fingindo estar bem,
enquanto o bem é apenas ilusão.

Estar aqui,
é tingir o Mundo de cinza,
um Mundo só meu.
Só meu...

Um Mundo sem cor...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Eterno Giro



Eu fui, peguei a velha manivela,
mal lubrificada, corroída,
destruída.
Fechei os olhos, e em silêncio rezei,
rezei para sorte, rezei para conseguir.
Girei o braço ouvindo o ranger,
o estrangular das catracas,
dos parafusos e pinos.
Os olhos fechados, o suor escorrendo,
a dor corroendo.

A linha do tempo rodopiou,
uma, duas, três.
Abri o olho direito e deslumbrei a eterna,
a eterna passagem dele.
Vi-me pequeno, ainda em colo,
meu primeiro beijo, meu primeiro amor,
vi você.
Vi você me dar o primeiro oi,
você me dizer o primeiro te amo.
Vi o tempo, o tempo que passamos juntos.

Vi as idiotices que disse, e o temor que tive,
vi as brigas, os abraços, os carinhos.
Vi tudo.
E quanto mais a manivela girava,
mas me brotavam as lágrimas.
Então eu vi o adeus.

Girei mais rápido, mais forte, me vi chegar ali,
e quando o futuro ia se revelar, a manivela travou,
o eterno giro parou.
Fiz força, lutei, esmurrei, soquei.
Mas nada fez o tempo correr, nada, nada,
cai de joelhos no chão empoeirado,
e quando meus olhos focaram na manivela.
Vi a inscrição.

“O futuro é incerto, até mesmo para o tempo.”
A dor apagou,
o tempo continuou,
o rodopiou voltou.
Eu só podia esperar.
Esperar....
Esperar.....
Esperar......

Esperar.......