sexta-feira, 15 de junho de 2012

Aquarela


Rabisquei o papel branco,
tão vazio, um rabisco,
um sorriso, um grito.
Os traços foram se firmando,
as cores se formando,
o céu não era anil,
o chão não era amarronzado,
o rosa não estava na cor dos lábios.
Era apenas o branco do papel,
e o preto dos traços.

O preto e branco eram Reis.
Não havia porque chorar,
não havia porque respirar,
não havia porque sonhar,
não havia porque pensar.
Só havia o preto e branco,
do papel e rabiscos.
Tudo tão seco, triste, sem vida,
sem cor.

Ah... Como era triste esse Mundo.
Os cães latiam, mas não eram ouvidos,
os peixes nadavam tolamente contra a correnteza,
tudo ia ao contra,
e eu caminhava, de olhos fechados,
Não importava para onde olhar
todos os caminhos levavam ao mesmo lugar.

Mas então o quadro foi manchado,
o rabisco pintado,
uma pequena gota de amarelo no sol,
um azul no céu,
o verde da mata, e o espelhado no mar,
os peixes nadaram a favor,
as aves voaram a seu bom por.
os cães latiram fortes em alegria.

Havia cor.
Havia vida.

Você foi colorindo,
foi devagar, dia por dia,
hora por hora,
foi pintando esse quadro tosco,
bobo.

Foi fazendo um desenho infantil,
círculos e rabiscos,
todos regados a uma música alegre no vinil.

Lentamente tudo foi clareando,
seu sorriso iluminando.
Mas que verso bobo,
sem fundamento,
tristeza ou lamento.
Como posso ser um bom poeta?
Se só consigo ver lírios e cor,
mesmo assim eu tento,
tento porque quero.
Porque quero escrever esse textinho pra você,
pra você saber,
que meu Mundo agora tem cor,
e essa cor foi dada por seu amor.

E nessa aquarela luminosa,
vou encerrando essa coisa toda,
não vai ter mais um verso,
porque sinceramente não sei o que dizer.

....  .... .... ....

Ah! Sei sim...
Sou tão bobo que quase esqueci,
o mais importante de tudo isso,
o que não posso deixar passar,
e que em meu Mundo todo colorido,
eu só sei te amar.

Amar você... Sempre você.

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