domingo, 17 de junho de 2012

Você e Eu - Eu e Você


O Mundo gira,
gira o Mundo.
Nesse ardor profundo,
eu grito em agonizar.

Você ai tão distante,
eu aqui vivendo essa dor gritante,
que é não poder te beijar.
Dor doce, ardor quente.

O Tempo passa,
como um entidade.
Eu torço pro logo chegar,
pra chegar logo.

E hoje chove,
nessas nuvens tempestuosas,
não tem lamento,
o som está lá ao fundo,
esperando seu momento.
Para surgir forte,
queimar a pele,
trazer calor.

E eu aqui, tão distante,
com você nessa agonizante solidão,
pedindo um carinho.
Amor meu, meu amor.

O verso se encerra mais rápido,
bem menor que o costumeiro,
isso porque hoje não tem tempo,
nem mais nada,
em meio a essa manada de estranheza,
só existe eu e você.
E você e eu.

Só nós dois... Só nosso amor...


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Aquarela


Rabisquei o papel branco,
tão vazio, um rabisco,
um sorriso, um grito.
Os traços foram se firmando,
as cores se formando,
o céu não era anil,
o chão não era amarronzado,
o rosa não estava na cor dos lábios.
Era apenas o branco do papel,
e o preto dos traços.

O preto e branco eram Reis.
Não havia porque chorar,
não havia porque respirar,
não havia porque sonhar,
não havia porque pensar.
Só havia o preto e branco,
do papel e rabiscos.
Tudo tão seco, triste, sem vida,
sem cor.

Ah... Como era triste esse Mundo.
Os cães latiam, mas não eram ouvidos,
os peixes nadavam tolamente contra a correnteza,
tudo ia ao contra,
e eu caminhava, de olhos fechados,
Não importava para onde olhar
todos os caminhos levavam ao mesmo lugar.

Mas então o quadro foi manchado,
o rabisco pintado,
uma pequena gota de amarelo no sol,
um azul no céu,
o verde da mata, e o espelhado no mar,
os peixes nadaram a favor,
as aves voaram a seu bom por.
os cães latiram fortes em alegria.

Havia cor.
Havia vida.

Você foi colorindo,
foi devagar, dia por dia,
hora por hora,
foi pintando esse quadro tosco,
bobo.

Foi fazendo um desenho infantil,
círculos e rabiscos,
todos regados a uma música alegre no vinil.

Lentamente tudo foi clareando,
seu sorriso iluminando.
Mas que verso bobo,
sem fundamento,
tristeza ou lamento.
Como posso ser um bom poeta?
Se só consigo ver lírios e cor,
mesmo assim eu tento,
tento porque quero.
Porque quero escrever esse textinho pra você,
pra você saber,
que meu Mundo agora tem cor,
e essa cor foi dada por seu amor.

E nessa aquarela luminosa,
vou encerrando essa coisa toda,
não vai ter mais um verso,
porque sinceramente não sei o que dizer.

....  .... .... ....

Ah! Sei sim...
Sou tão bobo que quase esqueci,
o mais importante de tudo isso,
o que não posso deixar passar,
e que em meu Mundo todo colorido,
eu só sei te amar.

Amar você... Sempre você.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quebra Cabeça


Quebrei as peças,
pecinhas pequenas,
um dia montadas,
agora quebradas.
Tudo tão destruído. 

Meu coração em caco,
cada pedaço separado,
um tão longe do outro,
como sou tolo, bobo.

Eu estava pronto pra entregar,
tão cansado de lutar,
desgastado.
Meu coração em frangalhos só queria parar.

Hoje você veio,
está aqui comigo,
lembrando do passado,
o fazendo ser nada,
repenso em tudo.
a esperança?

Você pegou cada pedaço,
do meu coração despedaçado.
Juntou todos os cacos,
agrupando com suas mãos.
Você foi tão doce,
me tocou tão fundo,
fechei os olhos e deixei,
deixei você me levar a outro Mundo.

Um Mundo onde sonhar valia apena,
e todos meus sonhos me levavam até você,
você me consertou todinho,
me fez ficar novinho.

E nesse poema cheio de versos bobos,
com esperanças, arfares e amores.
Eu tento te dizer.
Ah! Como amo você.
Amo você todinha,
cada rabisco, cada de linha.

Você montou o quebra cabeça,
que um dia foi espalhado,
me deu ar, me deu água,
me deu amor, me deu carinho.
Me deu o que eu precisava.

Eu quero tanto te dizer,
unindo forças, todas.

A como é difícil entregar,
mas pra você,
o medo se vai.

Você,
o mais importante,
como revelar o que todos sabem?
ê... Ah... Dane-se... Eu amo você.

Eu amo você, eu amo você, eu amo você, eu amo você...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Cansaço

“Tô” cansado,
cansado de lutar sozinho.
Pisar em cacos de vidros
e rodear minha alma com espinhos.
“Tô” cansado de tudo, só cansado.

“Tô” cansado,
cansado de desejar,
e nunca ter.
Cansado de sofrer,
por quem não merece.
“Tô” cansado de viver sozinho.

“Tô” cansado,
cansado, cansado de gente idiota sorrir,
to cansado da desonestidade vencer a verdade,
deu gritar aos ventos o amor,
e só ouvir o eco da minha própria voz.
Tô cansado, cansado disso, cansado aquilo,
cansado de ser estúpido.

Tô cansado,
cansado de ser sempre o anjo,
de receber obrigados, mas nenhum toque de carinho,
nenhum sorriso que não seja dividido, nada que seja só pra mim.
Ah... Eu quero ser a droga do demônio!
Brincar, jogar, sujar e destruir,
e mesmo assim ser amado.
Tô cansado, cansado desse fardo.

Ah... Mas eu to tão cansado de tudo...
Quero algo só meu, sem divisões.
Tô cansado de ser o Batman,
quero ser o Superman, desde que tenha uma Louis Lane.
Tô cansado de ser o cavaleiro solitário.

Como estou cansado, cansado de amar,
cansado de tentar, cansado de brigar.
E lentamente to desistindo,
desistindo de ser eu, desistindo de tentar.
Desistindo de lutar.
Tô cansado...

E só quero alguém que me de colo para meu descanso...

Tô cansado... Cansado de desejar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Porque lutar?

Luto, luto, luto,
corro pelo campo de batalha,
em minha mão direita a espada,
repleta de palavras, dizeres,
em meu braço esquerdo meu escudo,
um completo fruto do sentimento.
Luto, e luto, sem parar.

E lá vem a batalha,
espadas, lanças e escudos,
gritos, rabiscos e murmúrios,
todos juntos na batalha,
na terna guerra.
Guerra de ter você.

Ah mas eu luto...

A batalha continua árdua, longa, doída,
os cortes se tornaram rombos,
o sangue se tornou escasso,
o beijo sem gosto, ou com gosto,
gosto de sangue, meu sangue.
Mas eu luto, não posso parar de tentar,
de lutar.

Mais um dia, mais um bom dia,
mais uma batalha,
eu luto, novamente, luto por você,
muralhas a frente, e eu sem exército,
sem forças, sem nada.
Apenas a velha espada e o escudo desgastado.

Mais um grito, mais uma batalha,
e gritei não, a voz entalou, provei do meu sangue,
e provei do sangue dos inimigos,
gritei, em mente, chorei em cada corte,
em cada ferido.

E então a batalha acabou,
o rombo era maior, a espada trincada,
o escudo se penderá para o lado,
assim como meu braço quebrado.
A chuva caiu para acalmar,
acalmar a dor de lutar.

E eu fechei os olhos,
e sibilei para mim mesmo.
Porque continuar?
Porque me levantar?
Porque gritar e atacar?
Por quê?

Porque lutar?
Em uma batalha já perdida.

Por que eu te amo....

Estar Aqui

Estar aqui,
é sofrer,
tentar viver e não conseguir,
fingir sorrir.

Estar aqui,
é ansiar o perfeito,
sofrer com o desfeito,
suspirar pela falta de desejo.

Estar aqui,
é tremer bobamente,
por um coração descrente,
por um mundo negro.

Por meu Mundo.

Estar aqui,
é memorizar as palavras,
lembrar as coisas erradas,
e lutar pelas inexatas.

Estar aqui,
é simplesmente estar,
mesmo não querendo,
mesmo sem vontade de continuar.

Estar aqui,
é um sofrimento eterno,
é caminhar pelo inferno,
se fingindo de anjo.

Estar aqui,
é segurar tudo,
levantar o Mundo,
e viver com as dores.

Estar aqui,
é estar sempre cansado,
fingindo estar bem,
enquanto o bem é apenas ilusão.

Estar aqui,
é tingir o Mundo de cinza,
um Mundo só meu.
Só meu...

Um Mundo sem cor...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Eterno Giro



Eu fui, peguei a velha manivela,
mal lubrificada, corroída,
destruída.
Fechei os olhos, e em silêncio rezei,
rezei para sorte, rezei para conseguir.
Girei o braço ouvindo o ranger,
o estrangular das catracas,
dos parafusos e pinos.
Os olhos fechados, o suor escorrendo,
a dor corroendo.

A linha do tempo rodopiou,
uma, duas, três.
Abri o olho direito e deslumbrei a eterna,
a eterna passagem dele.
Vi-me pequeno, ainda em colo,
meu primeiro beijo, meu primeiro amor,
vi você.
Vi você me dar o primeiro oi,
você me dizer o primeiro te amo.
Vi o tempo, o tempo que passamos juntos.

Vi as idiotices que disse, e o temor que tive,
vi as brigas, os abraços, os carinhos.
Vi tudo.
E quanto mais a manivela girava,
mas me brotavam as lágrimas.
Então eu vi o adeus.

Girei mais rápido, mais forte, me vi chegar ali,
e quando o futuro ia se revelar, a manivela travou,
o eterno giro parou.
Fiz força, lutei, esmurrei, soquei.
Mas nada fez o tempo correr, nada, nada,
cai de joelhos no chão empoeirado,
e quando meus olhos focaram na manivela.
Vi a inscrição.

“O futuro é incerto, até mesmo para o tempo.”
A dor apagou,
o tempo continuou,
o rodopiou voltou.
Eu só podia esperar.
Esperar....
Esperar.....
Esperar......

Esperar.......